A loja de pianos da Rive Gauche

Você sabe como funciona o mecanismo de um piano? Gosta de saber curiosidades sobre o instrumento? Já teve aulas e guarda com carinho recordações desses momentos? Bem, se você se identificou com uma dessas perguntas e também gosta de ler, talvez eu tenha uma sugestão de livro para você.

Nesse post, vou indicar uma leitura que fiz recentemente: A loja de pianos da Rive Gauche (autor: T.E. Carhart). Eu comprei esse livro naquela lojinha de música da Sala São Paulo já faz algum tempo, mas só agora consegui ler.
O autor que trabalha como escritor free lancer na França, escreve sobre sua relação com a música e sua paixão por pianos. O romance já começa de forma curiosa: em seu caminho diário, o autor se depara com uma loja de pianos. No entanto, quando visita o lugar, descobre que só poderá se tornar um cliente quando outro cliente o indicar ao dono do estabelecimento.

O texto não é somente uma narrativa de fatos vivenciados pelo autor. Em muitos trechos, podemos ler sobre compositores famosos, fábricas de piano, funcionamento do instrumento, pianistas famosos, aulas de piano e muito mais.

Se em algum momento você frequentou aulas particulares de piano, pode ser que se identifique com diversas cenas do livro, como o trecho em que o autor fala sobre os recitais de fim de ano:

“A comoção crescente que se criava fazia com que o acontecimento parecesse uma espécie de cerimônia pagã na qual os iniciados teriam que passar por uma prova de fogo a fim de ter reconhecido seu valor.”

Se apresentar em público pode ser uma tarefa bem difícil, não é verdade? Bem, essa é só uma das muitas situações descritas pelo autor em que muitos de nós podemos nos identificar. Por isso, recomendo o livro. É uma leitura muito agradável que, certamente, pode provocar ou reviver seu amor pela música.

Se tiver alguma sugestão de leitura, deixe nos comentários. Obrigada!

Intervalos – classificações II

No post anterior sobre intervalos, vimos a classificação numérica dos intervalos musicais. Neste post, veremos como qualificar os intervalos de acordo com sua constituição em tons e semitons.

As denominações podem ser:

  • Maior (M) e menor (m) : para intervalos de 2ª, 3ª, 6ª e 7ª.
  • Justo (J): para intervalos de 4ª, 5ª e 8ª.
  • Aumentado (A) e diminuto (D): para qualquer intervalo.

As qualificações acima são dadas de acordo com a quantidade de tons e semitons que compõem o intervalo. Usaremos como referência para a constituição dos intervalos a escala de Dó maior.

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Intervalos – escala maior

Para entender a ordem das denominações acima, deve-se se levar em consideração a adição ou subtração de um semitom. Para intervalos de 2ª, 3ª, 6ª e 7ª as classificações são: diminuto, menor, maior e aumentado. Veja os exemplos a seguir:

  • Um intervalo de 3ªM é constituído por dois tons inteiros e quando subtraído de um semitom passa a ser um intervalo de 3ªm:

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  • Um intervalo de 3ªM quando acrescido de um semitom torna-se um intervalo de 3ª aumentado:

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  • Um intervalo de 3ªm é constituído de um tom e um semitom e quando subtraído de um semitom torna-se um intervalo de 3ª diminuto:

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O mesmo raciocínio poder ser usado nos intervalos de 2ª, 6ª e 7ª. Já no intervalos de 4ª, 5ª e 8ª, a adição e subtração de um semitom os qualificará como: justo, aumentado ou diminuto. Veja os exemplos:

  • Um intervalo de 4ªJ é constituído de dois tons e um semitom e quando adicionado de um semitom torna-se um intervalo de 4ª aumentado:

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  • Um intervalo de 4ªJ quando subtraído de um semitom torna-se um intervalo de 4ª diminuto:

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É importante lembrar que os intervalos de 4ª, 5ª e 8ª não são classificados como maiores ou menores.

Se tiver dúvida sobre a constituição de um intervalo, utilize a escala de dó maior. Toque cada nota da escala formando um intervalo com a tônica e verifique quantos tons e semitons ele possui. A partir daí, você poderá achar os intervalos aumentados, diminutos, maiores e menores.

Por fim, a primeira imagem deste artigo mostra os intervalos da escala de DóM, mas esse padrão serve para qualquer umas das doze tonalidades maiores. Por exemplo, se você tocar as notas na escala de SolM, perceberá que os intervalos se repetem na mesma ordem.
Qualquer dúvida, escreva nos comentários. Obrigada!

Fonte: Exercícios de teoria musical – uma abordagem prática (Marisa Ramires)
Harmonia – método prático (Ian Guest)

Intervalos – classificações

Anteriormente falamos sobre as unidades básicas que formam os intervalos musicais, tom e semitom. Neste post, falaremos sobre algumas classificações atribuídas aos intervalos que nos ajudarão a compreender sua formação.
Os intervalos podem ser analisados de acordo com a disposição das notas que os compõem. Assim, são classificados como:

a) melódicos: formados por notas sucessivas. Esses ainda podem ser classificados de acordo com a direção da melodia, sendo: ascendentes ou descendentes.

b) harmônicos: quando as notas que os formam são simultâneas.

Também podem ser classificados como intervalos simples ou compostos.

a) Intervalos simples: são aqueles compreendidos dentro de uma oitava.

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b) Intervalos compostos: são aqueles que ultrapassam o âmbito de uma oitava.

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Além da classificação numérica, os intervalos podem ser classificados de acordo com os tons e semitons que os formam. No próximo post, explicarei sobre essa classificação. Qualquer dúvida, deixe nos comentários. Obrigada!
Fonte: Exercícios de teoria musical – uma abordagem prática (Marisa Ramires)

Intervalos musicais

Algumas vezes me fizeram a seguinte pergunta: a teoria musical é igual para todos os instrumentos? A resposta é sim. Não importa se estamos dedilhando, cantando ou percutindo, a linguagem é a mesma. Por isso, hoje vou apresentar um conceito importante de teoria: intervalos. Se a música fosse comparada à língua portuguesa, os intervalos seriam as sílabas que depois usaríamos para formas palavras, e depois frases. Por isso, nesse post falaremos das “unidades básicas” que formam os intervalos.
Um intervalo musical é a distância entre duas notas. Os intervalos podem ser quantificados e qualificados. Para construí-los usamos duas unidades: o tom e o semitom.

  • Semitom ou meio tom: distâncias entre duas notas consecutivas. No teclado do piano, essas notas são próximas e não há nenhuma tecla entre elas.

    semitom
    Semitom
  • Tom ou tom inteiro: distância entre duas notas vizinhas, separadas por uma nota. No teclado do piano, essas notas são estão lado a lado e há uma tecla no meio.

    tom
    Tom

A partir da noção apresentada, podemos compreender o sentido de três símbolos: sustenido, bemol e bequadro. Esse são símbolos usados para alterar as notas por semitons.

  • Sustenido: aumenta a nota em um semitom.

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  • Bemol: diminui a nota em um semitom.

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  • Bequadro: é o símbolo que neutraliza uma nota acidentada, ou seja, se uma nota estava acompanhada de sustenido, volta a ser natural.

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Nos próximos artigos, falaremos sobre a montagem dos intervalos. Qualquer dúvida, mande nos comentários. Obrigada!

 

 

O que é musicalização infantil?

Musicalizar-se: torna-se sensível a música, de modo que a pessoa reaja, mova-se com ela.”

Resolvi escrever esse artigo, porque frequentemente nas escolas onde trabalho vejo pais perguntando sobre musicalização infantil. Querem saber do que se trata e se é mais interessante proporcionar aos filhos a aula de musicalização ou já colocá-los em contato com um instrumento musical. A resposta para essa pergunta depende de alguns fatores, como: idade da criança, se essa já teve ou tem contato com o fazer musical, entre outros. Assim, vou tentar esclarecer aqui o que é essa prática, a quem se destina e qual sua importância, especialmente aos iniciantes.

Bem, antes de tudo, uma pergunta muito importante: você sabe o que é música? Música é uma linguagem artística que tem por objetivo comunicar a experiência de quem a compôs. Ora, para que haja comunicação é necessário que haja também compreensão, certo?
A compreensão musical se dá de forma distinta em relação a linguagem escrita, a qual estamos acostumados. Por ser resultado das experiências humanas, sua compreensão depende de fatores culturais e sociais nos quais está inserida. Assim, compreender e fazer música não é uma questão mística ou de empatia, mas sim de uma sensibilidade adquirida a partir do contato com o fazer musical.

Nesse sentido, a aula de musicalização é um processo que possibilita aos participantes adquirir ferramentas para melhor compreender a música e, consequentemente, executá-la.

Geralmente feitas em grupo, as aulas propiciam o aprendizado de forma lúdica e empírica. Brincar faz parte do cotidiano infantil, assim trabalhar jogos e canções em roda, torna o fazer musical algo mais natural para as crianças. A prática pode trabalhar apreciação musical, improviso, história da música e execução instrumental. Tais atividades possibilitam o desenvolvimento de habilidades musicais de forma mais interessante, pois muitas vezes esses aspectos são abordados de forma teórica nas aulas de instrumento, o que resulta em uma situação abstrata e pouco eficaz aos alunos iniciantes.

Além do desenvolvimento de habilidades musicais, a aula de musicalização é uma forma de propiciar a socialização de seus participantes, trazendo a possibilidade de trabalharem em conjunto, de ouvirem uns aos outros e de respeitarem uma liderança. Também deve-se atentar a possibilidade do contato com gêneros musicais diversos e que muitas vezes estão distantes daquilo que é veiculado na mídia, ampliando os horizontes musicais das crianças.

Por fim, minha resposta para a pergunta: quem “deve” participar das aulas de musicalização? Bem, todos aqueles que desejam fazer música poderiam passar por esse processo, mas especialmente as crianças que estão iniciando seus estudos musicais, visto todos os pontos citados acima.
Espero que tenha ajudado a esclarecer um pouco sobre o tema. Qualquer dúvida, mande nos comentários. Obrigada.

Fonte: Música(s) e seu ensino. Maura Penna.

 

Prelúdio

O prelúdio é uma forma musical amplamente utilizada ao longo da história da música. No repertório para piano, podemos encontrá-los entre as composições de Bach, Chopin, Debussy, entre outros.

Esta obra de caráter instrumental teve origem na abertura dos jogos olímpicos gregos. Já nos séculos XVI e XVII, surgem os prelúdios para cravo, também com a intenção de serem executados na abertura de uma peça maior,  uma ópera ou suíte, por exemplo. Essa função se aplicou também aos prelúdios de Bach, que serviam para preparar o cravo para a tonalidade da Fuga, a peça que se seguiria.

Mais adiante, no período Romântico, os prelúdios perdem essa função de peça introdutória e tornam-se peças independentes. As obras tornam-se mais substanciais e variam de acordo com as técnicas composicionais de cada período.

Na época de Bach, compositor do período Barroco, existiam dois tipos de prelúdios: um de forma indefinida que tinha como função preparar a fuga que seguiria (estas duas peças tinha em comum a tonalidade), e outro de forma mais definida e que contrastava com a fuga, é o caso dos prelúdios da coleção o Cravo Bem Temperado.

A seguir apresento um prelúdio (nº3, BWV 935) do livro “Pequenos prelúdios e fuguettas”, de Bach.

A peça está na tonalidade de ré menor. O tema é apresentado pela 1ª voz nos dois primeiros compassos. Em seguida nos compassos 3 e 4, a 2ª voz “canta” a resposta, enquanto a 1ª voz faz o contratema. A resposta nada mais é do que a repetição do tema feita pela segunda voz.

Mais adiante, nos compassos 5 e 6, acontece um epsódio que é uma preparação para o que vem a seguir, os divertimentos. Estes são pequenos fragmentos do tema trabalhados nos compassos 7 e 8, e que se repetem até o compasso 12 de forma descendente. A partir do compasso 13 até o 16,  a segunda voz é quem a faz a imitação, também de forma descendente.

Do compasso 17 ao 24 acontece uma codeta.

Na segunda parte da peça, nos compassos 25 e 26 , a 1ª voz apresenta o tema enquanto a 2ª voz faz o contratema. Nos compassos 31 e 32, ocorre uma passagem com stretto, onde as duas vozes têm a mesma importância. Em seguida, nos compassos 33 e 34, a 1ª voz apresenta novamente o tema, porém desta vez ele está invertido (da metade do compasso para frente). Nos compassos 40 e 41, é retomado o tema em ré m pela 2ª voz e, por fim a peça conclui com um stretto das duas vozes.

Este é um prelúdio fugatto, pois apresenta algumas características da estrutura da fuga, mas não é uma fuga.

Fiz um vídeo tocando o prelúdio. Espero que gostem.

Abraço!

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=KRdJooDzkXQ&w=560&h=315]

 

 

 

 

 

“Como comprar um piano digital?”

Oi pessoal,

Acho que essa é,ou algum dia já foi, a pergunta da grande maioria dos estudantes iniciantes. Primeiro, nos perguntamos como vamos estudar? Depois, “vou comprar um acústico ou um digital”? E por fim, após ter optado pelo digital, pensamos “Qual piano digital eu compro?”. Então, surgem N sugestões e modelos.

Eu não vou dizer aqui qual piano você “deve” comprar, e sim, como você pode procurar um que te agrade.

Passei por essa situação recentemente. No meu caso, não era porque eu sou iniciante e não tinha um instrumento. Na realidade, eu tenho um acústico mas precisava de um digital pois mudei para um lugar onde não posso fazer barulho, então o digital iria me ajudar com os fones. Bom, assim como todos vocês, eu também pesquisei vários modelos na internet e li debates e mais debates em fóruns, sobre o assunto. Mas não existe nada melhor do que sair a caça. :-p

Fui então a Teodoro Sampaio, onde vocês pelo menos já devem ter ouvido falar, é um bom lugar para se pesquisar instrumentos. Bom, depois de muito pesquisar eu tenho alguns conceitos que eu acredito possam ser úteis a todos.

  • Pesquise, mas pesquise mesmo. Não só preços, mas os instrumentos;
  • Vá ás lojas simplesmente para experimentar os instrumentos. Você pode fazer isso, existem várias lojas grandes que possuem mostruário a disposição dos clientes. Sinta as teclas, mesmo que você seja iniciante, o peso das teclas você pode diferenciar sem problemas;
  • Faça perguntas ao vendedor, mas não se deixe levar por mil e uma funções que o instrumento possa ter. Você é iniciante, e o que realmente precisa é de teclas ‘pesadas’, além de um bom som claro;
  • Cuidado com lojas pequenas que vendem de ‘tudo’. Digo isso porque passei por uma situação onde se eu não tivesse experiência o vendedor teria me ‘passado a perna’. Fui numa loja X na Teodoro, e lá estava exposto o P-140 da Yamaha. O valor? R$ 5.000,00! Onde está o absurdo nisso, você deve estar se perguntando. Bom, o P-140 quando foi lançado há uns 5 anos, pelo menos, custava R$3.500,00 e, o valor dos produtos eletrônicos tende a cair e não a subir, visto que sempre há lançamentos que superam o modelo anterior. Outro ponto, esse modelo saiu de linha há uns três anos. Então, a não ser que a loja estava com aquele guardado em estoque há pelo menos 3 anos, o que eu acho muito difícil, aquele instrumento era usado e eles estavam vendendo como sendo novo. Fique atento;
  • Quando você já tiver um modelo em mente, dê uma olhada nas lojas grandes, as vezes elas vendem o mostruário por um preço mais em conta e com garantia de um ano, como se fosse novo;
  • E por útlimo, não compre na primeira loja que encontrar, as lojas não têm preço tabelado. E o que o vendedor tenta fazer parecer como um negócio imperdível, na realidade não é!

Enfim, vocês devem estar se perguntando o modelo pelo qual optei. Fiquei com o HP-503 da Roland. Há outras opções um pouco mais baratas, como a linha P da Yamaha, que ao meu ver, é uma boa opção para iniciantes.

Até a próxima e bons estudos!

 

Sala São Paulo

Bom dia,

Se você gosta de música clássica, e assim como eu está duro, tenho uma dica: todo domingo a Sala São Paulo promove um concerto gratuito ás 11h. Os ingressos são distribuídos na semana que antecede o  dia do concerto, e geralmente são limitados a 4 por pessoa. Esse é o link da página do calendário de apresentações que ocorrerão na SSP:
http://www.osesp.art.br/portal/concertoseingressos/calendario.aspx

 

Até mais!

Notação Musical

No post anterior, conhecemos as propriedades do som, representando-as através de gráficos, mas é necessário mais do que isso para indicar a um instrumentista o que e como tocar. Assim, para escrever música usamos a notação musical, uma pauta na qual temos vários elementos que indicam altura, duração e andamento. Esses elementos são:

  •   Pentagrama, cinco linhas e quatro espaços onde escrevemos as figuras musicais;
  •   Claves, que junto ao pentagrama determinam em que altura determinada nota será tocada;
  •   E as próprias figuras musicais e suas respectivas pausas.

 

Figuras Musicais

 

“Nenhuma figura tem duração preestabelecida. O que pode ser estabelecido é a relação de proporção entre elas.” (Exercícios de Teoria Musical – Marisa Ramires)

 

Cada figura musical tem um número que a representa, o qual usamos no começo do pentagrama para indicar o tempo da música.

 

Além das figuras que compõem a escrita musical, existem as pausas correspondentes a essas, usadas para demonstrar um momento de silêncio na música.

 

Pessoal, vou postar aqui uma lista de exercícios que eu preparei para vocês treinarem.

343o musical – figuras ritmicas