O prelúdio é uma forma musical amplamente utilizada ao longo da história da música. No repertório para piano, podemos encontrá-los entre as composições de Bach, Chopin, Debussy, entre outros.
Esta obra de caráter instrumental teve origem na abertura dos jogos olímpicos gregos. Já nos séculos XVI e XVII, surgem os prelúdios para cravo, também com a intenção de serem executados na abertura de uma peça maior, uma ópera ou suíte, por exemplo. Essa função se aplicou também aos prelúdios de Bach, que serviam para preparar o cravo para a tonalidade da Fuga, a peça que se seguiria.
Mais adiante, no período Romântico, os prelúdios perdem essa função de peça introdutória e tornam-se peças independentes. As obras tornam-se mais substanciais e variam de acordo com as técnicas composicionais de cada período.
Na época de Bach, compositor do período Barroco, existiam dois tipos de prelúdios: um de forma indefinida que tinha como função preparar a fuga que seguiria (estas duas peças tinha em comum a tonalidade), e outro de forma mais definida e que contrastava com a fuga, é o caso dos prelúdios da coleção o Cravo Bem Temperado.
A seguir apresento um prelúdio (nº3, BWV 935) do livro “Pequenos prelúdios e fuguettas”, de Bach.
A peça está na tonalidade de ré menor. O tema é apresentado pela 1ª voz nos dois primeiros compassos. Em seguida nos compassos 3 e 4, a 2ª voz “canta” a resposta, enquanto a 1ª voz faz o contratema. A resposta nada mais é do que a repetição do tema feita pela segunda voz.
Mais adiante, nos compassos 5 e 6, acontece um epsódio que é uma preparação para o que vem a seguir, os divertimentos. Estes são pequenos fragmentos do tema trabalhados nos compassos 7 e 8, e que se repetem até o compasso 12 de forma descendente. A partir do compasso 13 até o 16, a segunda voz é quem a faz a imitação, também de forma descendente.
Do compasso 17 ao 24 acontece uma codeta.
Na segunda parte da peça, nos compassos 25 e 26 , a 1ª voz apresenta o tema enquanto a 2ª voz faz o contratema. Nos compassos 31 e 32, ocorre uma passagem com stretto, onde as duas vozes têm a mesma importância. Em seguida, nos compassos 33 e 34, a 1ª voz apresenta novamente o tema, porém desta vez ele está invertido (da metade do compasso para frente). Nos compassos 40 e 41, é retomado o tema em ré m pela 2ª voz e, por fim a peça conclui com um stretto das duas vozes.
Este é um prelúdio fugatto, pois apresenta algumas características da estrutura da fuga, mas não é uma fuga.
Fiz um vídeo tocando o prelúdio. Espero que gostem.
Abraço!
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