Escalas menores

Quem leu os artigos anteriores já sabe que existe diversas escalas. Aqui no blog já vimos como formar uma escala maior. Hoje veremos como montar uma escalar menor. Ela pode se apresentar de três formas: menor natural, harmônica ou melódica. Mas vamos com calma, pois nesse artigo estudaremos a escala menor natural, também conhecida como menor antiga.

Bem, já sabemos que para entender a lógica da escala, precisamos conhecer os intervalos. Assim, vejamos como se organizam os intervalos entre as notas de uma escala menor natural:

I – tom – II – semitom – III – tom – IV – tom – V –  semitom – VI –  tom – VII – tom  – VIII. 

Atenção à localização do semitom na escala. No caso da escala menor natural, eles estão entre os 2º e 3º graus e o 5º e o 6º.

Agora que já sabemos como formar a escala menor, vamos pensar sobre seus acidentes. Você se lembra sobre a armadura de clave? Cada tonalidade tem a sua. Como encontramos a armadura de clave das tonalidades menores? Para isso, você deve identificar a sua relativa maior. Está confuso? Relaxe.

As tonalidades maiores têm um padrão intervalar a ser seguido e para isso, elas precisam dos acidentes (bemol e sustenido). Esses acidentes estão na armadura de clave. Está lembrado? Muito bem, para saber os acidentes das tonalidades menores basta pensarmos na nota situada um 3ª menor (um tom e meio) acima da fundamental. Veja:

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Fá maior
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Ré menor

Nesse exemplo, temos duas tonalidades: Ré menor e sua relativa, Fá maior. Ambas possuem o si bemol na armadura de clave. Se você tocar as duas escalas no piano usando esse acidente, vai perceber que ele é o único acidente necessário para manter os intervalos característicos das duas escalas.

Então, vamos aos passos:

  1. Escolha uma tonalidade menor;
  2. A partir da nota tônica da escala escolhida, conte um intervalo de terça menor para cima;
  3. Encontrada a nota do intervalo, verifique sua armadura de clave;
  4. Lembre-se você está agora com a armadura de clave da relativa maior. Use esses acidentes para montar a escala da tonalidade menor desejada.

Esses passos servem para encontrar os acidentes de qualquer tonalidade menor. Tente praticar no seu instrumento.

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Escalas Maiores

Quando estudamos música, ouvimos constantemente a palavra “escala”. Pode ser que você já até tenha ouvido que é sempre importante praticar escalas para tocar bem piano. Mas o que são escalas? Como formamos as escalas? Como sei quando devo tocar uma “nota preta”?

Escala é uma sucessão de notas que segue um determinado padrão. Na música, existem diversas escalas: maior, menor, pentatônica, cigana, de tons inteiros, entre outras. No entanto, é mais comum encontrarmos as duas primeiras. Nesse post, veremos como são formadas as escalas maiores.

As escalas maiores são doze no total. Imagine o teclado de um piano. Cada oitava tem doze teclas ou doze notas, certo? A partir de cada uma dessas notas podemos formar uma escala maior. Assim, a partir de cada nota teremos uma sequencia de oito sons, em que o primeiro e o último são a mesma nota.

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Oitava no piano

Agora a pergunta que não quer calar: como saber quais notas tocar? Como eu sempre digo em aula: essa não é uma escolha aleatória. A sequencia tem uma lógica. No artigo sobre intervalos, vimos a definição de tom e semitom. Eu disse que eles são nossas unidades básicas para construção das estruturas musicais. Portanto, usaremos esses intervalos para entendermos nossa sequencia.

As oito notas da escala maior obedecem um padrão intervalar:

I – tom – II – tom – III – semitom – IV – tom – V –  tom – VI –  tom – VII –  semitom – VIII. 

Essa sequencia pode ser aplicada a partir de qualquer nota e assim, formar uma escala maior. É importante notar a posição dos semitons: eles ficam entre os 3º e 4º, e 7º e 8º graus. Dessa forma, se começarmos a sequencia a partir da nota dó, então teremos a escala de Dó maior. No total, temos doze escalas maiores: DóM, Dó#M, RéM e assim por diante.

Compreender a estrutura de uma música facilita sua execução. A identificação da tonalidade de uma peça é uma boa forma de iniciar essa compreensão. Portanto, entender a formação e memorizar as escalas maiores é peça importantíssima para entender essas estruturas.

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Intervalos – classificações II

No post anterior sobre intervalos, vimos a classificação numérica dos intervalos musicais. Neste post, veremos como qualificar os intervalos de acordo com sua constituição em tons e semitons.

As denominações podem ser:

  • Maior (M) e menor (m) : para intervalos de 2ª, 3ª, 6ª e 7ª.
  • Justo (J): para intervalos de 4ª, 5ª e 8ª.
  • Aumentado (A) e diminuto (D): para qualquer intervalo.

As qualificações acima são dadas de acordo com a quantidade de tons e semitons que compõem o intervalo. Usaremos como referência para a constituição dos intervalos a escala de Dó maior.

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Intervalos – escala maior

Para entender a ordem das denominações acima, deve-se se levar em consideração a adição ou subtração de um semitom. Para intervalos de 2ª, 3ª, 6ª e 7ª as classificações são: diminuto, menor, maior e aumentado. Veja os exemplos a seguir:

  • Um intervalo de 3ªM é constituído por dois tons inteiros e quando subtraído de um semitom passa a ser um intervalo de 3ªm:

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  • Um intervalo de 3ªM quando acrescido de um semitom torna-se um intervalo de 3ª aumentado:

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  • Um intervalo de 3ªm é constituído de um tom e um semitom e quando subtraído de um semitom torna-se um intervalo de 3ª diminuto:

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O mesmo raciocínio poder ser usado nos intervalos de 2ª, 6ª e 7ª. Já no intervalos de 4ª, 5ª e 8ª, a adição e subtração de um semitom os qualificará como: justo, aumentado ou diminuto. Veja os exemplos:

  • Um intervalo de 4ªJ é constituído de dois tons e um semitom e quando adicionado de um semitom torna-se um intervalo de 4ª aumentado:

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  • Um intervalo de 4ªJ quando subtraído de um semitom torna-se um intervalo de 4ª diminuto:

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É importante lembrar que os intervalos de 4ª, 5ª e 8ª não são classificados como maiores ou menores.

Se tiver dúvida sobre a constituição de um intervalo, utilize a escala de dó maior. Toque cada nota da escala formando um intervalo com a tônica e verifique quantos tons e semitons ele possui. A partir daí, você poderá achar os intervalos aumentados, diminutos, maiores e menores.

Por fim, a primeira imagem deste artigo mostra os intervalos da escala de DóM, mas esse padrão serve para qualquer umas das doze tonalidades maiores. Por exemplo, se você tocar as notas na escala de SolM, perceberá que os intervalos se repetem na mesma ordem.
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Fonte: Exercícios de teoria musical – uma abordagem prática (Marisa Ramires)
Harmonia – método prático (Ian Guest)