Ciclo das quintas

ciclo-das-quintas Mas o que é esse tal de ciclo das quintas? Olhando pela primeira vez pode parecer complicado, mas é bem simples. Hoje vamos aprender como funciona o ciclo das quintas a partir do que já sabemos das escalas maiores.

Primeiramente, preciso perguntar: você já leu os artigos sobre intervalos e escalas maiores? Se ainda não leu, volte lá que te espero aqui.

Bem, nós já sabemos que as escalas maiores seguem um padrão intervalar para serem construídas, certo? Lembrando que o padrão é: tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom. Para conseguir esses intervalos precisamos usar acidentes (sustenido e bemol). Veja os exemplos a seguir:

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Escala de Dó maior
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Escala de Sol maior
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Escala de Ré maior

Toque essas três escalas no piano usando os acidentes indicados pela armadura de clave. Percebeu que sem eles os intervalos da escala maior não seriam mantidos? Além disso, eu coloquei essas três escalas de propósito. Perceba que a primeira, de DóM não necessita de nenhum acidente; a segunda, SolM leva um acidente (fá#) e a terceira, RéM leva dois (fá# e dó#). Essas escalas estão em ordem de quintas justas, pois entre dó e sol há uma quinta justa (um intervalo de três tons e meio), depois entre sol e ré, mais um intervalo de quinta justa. Assim, a ordem das tonalidades seria: DóM, SolM, RéM, LáM, MiM, SiM, Fá#M, Dó#M, Sol#M (LábM), Ré#M (MibM), SibM e FáM.

Os sustenidos da armadura de clave seguem a seguinte ordem: fá – dó – sol – ré – lá – mi – si. Isso quer dizer que o # na linha do sol não vai aparecer sem antes ter aparecido nas linhas de fá e dó. Já a ordem dos bemóis na armadura de clave é o inverso: si – mi – lá – ré – sol – dó – fá.

Volte na imagem do topo, nela as tonalidade estão em um círculo em que seguem a ordem descrita. No lado esquerdo da imagem aparecem as armaduras de clave com bemóis, isso porque algumas tonalidades são mais fáceis de serem memorizadas se usarmos os bemóis ao invés dos sustenidos. Por exemplo, o caso de Dó#M e RébM, ambas tem o mesmo padrão intervalar, mas em RébM acabamos usando um acidente a menos.

Para memorizar os acidentes, pratique as escalas em seu instrumento seguindo a ordem do ciclo: primeiro DóM, depois SolM, RéM e assim por diante. Procure, enquanto toca, perceber os intervalos das escalas maiores. Assim, você pratica de forma consciente, ajudando na memorização.

Qualquer dúvida, me escreva. Até mais!

Escalas Maiores

Quando estudamos música, ouvimos constantemente a palavra “escala”. Pode ser que você já até tenha ouvido que é sempre importante praticar escalas para tocar bem piano. Mas o que são escalas? Como formamos as escalas? Como sei quando devo tocar uma “nota preta”?

Escala é uma sucessão de notas que segue um determinado padrão. Na música, existem diversas escalas: maior, menor, pentatônica, cigana, de tons inteiros, entre outras. No entanto, é mais comum encontrarmos as duas primeiras. Nesse post, veremos como são formadas as escalas maiores.

As escalas maiores são doze no total. Imagine o teclado de um piano. Cada oitava tem doze teclas ou doze notas, certo? A partir de cada uma dessas notas podemos formar uma escala maior. Assim, a partir de cada nota teremos uma sequencia de oito sons, em que o primeiro e o último são a mesma nota.

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Oitava no piano

Agora a pergunta que não quer calar: como saber quais notas tocar? Como eu sempre digo em aula: essa não é uma escolha aleatória. A sequencia tem uma lógica. No artigo sobre intervalos, vimos a definição de tom e semitom. Eu disse que eles são nossas unidades básicas para construção das estruturas musicais. Portanto, usaremos esses intervalos para entendermos nossa sequencia.

As oito notas da escala maior obedecem um padrão intervalar:

I – tom – II – tom – III – semitom – IV – tom – V –  tom – VI –  tom – VII –  semitom – VIII. 

Essa sequencia pode ser aplicada a partir de qualquer nota e assim, formar uma escala maior. É importante notar a posição dos semitons: eles ficam entre os 3º e 4º, e 7º e 8º graus. Dessa forma, se começarmos a sequencia a partir da nota dó, então teremos a escala de Dó maior. No total, temos doze escalas maiores: DóM, Dó#M, RéM e assim por diante.

Compreender a estrutura de uma música facilita sua execução. A identificação da tonalidade de uma peça é uma boa forma de iniciar essa compreensão. Portanto, entender a formação e memorizar as escalas maiores é peça importantíssima para entender essas estruturas.

Qualquer dúvida, deixe nos comentários. Obrigada!

Intervalos – classificações II

No post anterior sobre intervalos, vimos a classificação numérica dos intervalos musicais. Neste post, veremos como qualificar os intervalos de acordo com sua constituição em tons e semitons.

As denominações podem ser:

  • Maior (M) e menor (m) : para intervalos de 2ª, 3ª, 6ª e 7ª.
  • Justo (J): para intervalos de 4ª, 5ª e 8ª.
  • Aumentado (A) e diminuto (D): para qualquer intervalo.

As qualificações acima são dadas de acordo com a quantidade de tons e semitons que compõem o intervalo. Usaremos como referência para a constituição dos intervalos a escala de Dó maior.

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Intervalos – escala maior

Para entender a ordem das denominações acima, deve-se se levar em consideração a adição ou subtração de um semitom. Para intervalos de 2ª, 3ª, 6ª e 7ª as classificações são: diminuto, menor, maior e aumentado. Veja os exemplos a seguir:

  • Um intervalo de 3ªM é constituído por dois tons inteiros e quando subtraído de um semitom passa a ser um intervalo de 3ªm:

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  • Um intervalo de 3ªM quando acrescido de um semitom torna-se um intervalo de 3ª aumentado:

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  • Um intervalo de 3ªm é constituído de um tom e um semitom e quando subtraído de um semitom torna-se um intervalo de 3ª diminuto:

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O mesmo raciocínio poder ser usado nos intervalos de 2ª, 6ª e 7ª. Já no intervalos de 4ª, 5ª e 8ª, a adição e subtração de um semitom os qualificará como: justo, aumentado ou diminuto. Veja os exemplos:

  • Um intervalo de 4ªJ é constituído de dois tons e um semitom e quando adicionado de um semitom torna-se um intervalo de 4ª aumentado:

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  • Um intervalo de 4ªJ quando subtraído de um semitom torna-se um intervalo de 4ª diminuto:

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É importante lembrar que os intervalos de 4ª, 5ª e 8ª não são classificados como maiores ou menores.

Se tiver dúvida sobre a constituição de um intervalo, utilize a escala de dó maior. Toque cada nota da escala formando um intervalo com a tônica e verifique quantos tons e semitons ele possui. A partir daí, você poderá achar os intervalos aumentados, diminutos, maiores e menores.

Por fim, a primeira imagem deste artigo mostra os intervalos da escala de DóM, mas esse padrão serve para qualquer umas das doze tonalidades maiores. Por exemplo, se você tocar as notas na escala de SolM, perceberá que os intervalos se repetem na mesma ordem.
Qualquer dúvida, escreva nos comentários. Obrigada!

Fonte: Exercícios de teoria musical – uma abordagem prática (Marisa Ramires)
Harmonia – método prático (Ian Guest)

Intervalos – classificações

Anteriormente falamos sobre as unidades básicas que formam os intervalos musicais, tom e semitom. Neste post, falaremos sobre algumas classificações atribuídas aos intervalos que nos ajudarão a compreender sua formação.
Os intervalos podem ser analisados de acordo com a disposição das notas que os compõem. Assim, são classificados como:

a) melódicos: formados por notas sucessivas. Esses ainda podem ser classificados de acordo com a direção da melodia, sendo: ascendentes ou descendentes.

b) harmônicos: quando as notas que os formam são simultâneas.

Também podem ser classificados como intervalos simples ou compostos.

a) Intervalos simples: são aqueles compreendidos dentro de uma oitava.

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b) Intervalos compostos: são aqueles que ultrapassam o âmbito de uma oitava.

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Além da classificação numérica, os intervalos podem ser classificados de acordo com os tons e semitons que os formam. No próximo post, explicarei sobre essa classificação. Qualquer dúvida, deixe nos comentários. Obrigada!
Fonte: Exercícios de teoria musical – uma abordagem prática (Marisa Ramires)