Ciclo das quintas

ciclo-das-quintas Mas o que é esse tal de ciclo das quintas? Olhando pela primeira vez pode parecer complicado, mas é bem simples. Hoje vamos aprender como funciona o ciclo das quintas a partir do que já sabemos das escalas maiores.

Primeiramente, preciso perguntar: você já leu os artigos sobre intervalos e escalas maiores? Se ainda não leu, volte lá que te espero aqui.

Bem, nós já sabemos que as escalas maiores seguem um padrão intervalar para serem construídas, certo? Lembrando que o padrão é: tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom. Para conseguir esses intervalos precisamos usar acidentes (sustenido e bemol). Veja os exemplos a seguir:

Captura de Tela 2020-03-20 às 19.06.43
Escala de Dó maior
Captura de Tela 2020-03-20 às 19.06.52
Escala de Sol maior
Captura de Tela 2020-03-20 às 19.09.59
Escala de Ré maior

Toque essas três escalas no piano usando os acidentes indicados pela armadura de clave. Percebeu que sem eles os intervalos da escala maior não seriam mantidos? Além disso, eu coloquei essas três escalas de propósito. Perceba que a primeira, de DóM não necessita de nenhum acidente; a segunda, SolM leva um acidente (fá#) e a terceira, RéM leva dois (fá# e dó#). Essas escalas estão em ordem de quintas justas, pois entre dó e sol há uma quinta justa (um intervalo de três tons e meio), depois entre sol e ré, mais um intervalo de quinta justa. Assim, a ordem das tonalidades seria: DóM, SolM, RéM, LáM, MiM, SiM, Fá#M, Dó#M, Sol#M (LábM), Ré#M (MibM), SibM e FáM.

Os sustenidos da armadura de clave seguem a seguinte ordem: fá – dó – sol – ré – lá – mi – si. Isso quer dizer que o # na linha do sol não vai aparecer sem antes ter aparecido nas linhas de fá e dó. Já a ordem dos bemóis na armadura de clave é o inverso: si – mi – lá – ré – sol – dó – fá.

Volte na imagem do topo, nela as tonalidade estão em um círculo em que seguem a ordem descrita. No lado esquerdo da imagem aparecem as armaduras de clave com bemóis, isso porque algumas tonalidades são mais fáceis de serem memorizadas se usarmos os bemóis ao invés dos sustenidos. Por exemplo, o caso de Dó#M e RébM, ambas tem o mesmo padrão intervalar, mas em RébM acabamos usando um acidente a menos.

Para memorizar os acidentes, pratique as escalas em seu instrumento seguindo a ordem do ciclo: primeiro DóM, depois SolM, RéM e assim por diante. Procure, enquanto toca, perceber os intervalos das escalas maiores. Assim, você pratica de forma consciente, ajudando na memorização.

Qualquer dúvida, me escreva. Até mais!

A loja de pianos da Rive Gauche

Você sabe como funciona o mecanismo de um piano? Gosta de saber curiosidades sobre o instrumento? Já teve aulas e guarda com carinho recordações desses momentos? Bem, se você se identificou com uma dessas perguntas e também gosta de ler, talvez eu tenha uma sugestão de livro para você.

Nesse post, vou indicar uma leitura que fiz recentemente: A loja de pianos da Rive Gauche (autor: T.E. Carhart). Eu comprei esse livro naquela lojinha de música da Sala São Paulo já faz algum tempo, mas só agora consegui ler.
O autor que trabalha como escritor free lancer na França, escreve sobre sua relação com a música e sua paixão por pianos. O romance já começa de forma curiosa: em seu caminho diário, o autor se depara com uma loja de pianos. No entanto, quando visita o lugar, descobre que só poderá se tornar um cliente quando outro cliente o indicar ao dono do estabelecimento.

O texto não é somente uma narrativa de fatos vivenciados pelo autor. Em muitos trechos, podemos ler sobre compositores famosos, fábricas de piano, funcionamento do instrumento, pianistas famosos, aulas de piano e muito mais.

Se em algum momento você frequentou aulas particulares de piano, pode ser que se identifique com diversas cenas do livro, como o trecho em que o autor fala sobre os recitais de fim de ano:

“A comoção crescente que se criava fazia com que o acontecimento parecesse uma espécie de cerimônia pagã na qual os iniciados teriam que passar por uma prova de fogo a fim de ter reconhecido seu valor.”

Se apresentar em público pode ser uma tarefa bem difícil, não é verdade? Bem, essa é só uma das muitas situações descritas pelo autor em que muitos de nós podemos nos identificar. Por isso, recomendo o livro. É uma leitura muito agradável que, certamente, pode provocar ou reviver seu amor pela música.

Se tiver alguma sugestão de leitura, deixe nos comentários. Obrigada!